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Mercado de educação física tem filão pouco explorado por profissionais

Mercado de educação física tem filão pouco explorado por profissionais

Carreira considerada em alta, a educação física é uma das profissões mais procuradas pelos candidatos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Em 2015, o mercado ganhou 35 mil graduados na profissão, de acordo com dados do Censo da Educação Superior. A preocupação crescente com a saúde e a divulgação de estudos e pesquisas que cada vez mais relacionam a importância da prática regular de atividade física na prevenção de inúmeras doenças têm motivado estudantes a buscarem a carreira. Muito poucos, porém, estão atentos para explorar um enorme nicho existente nesse mercado, focado em quem não faz e não gosta de atividade física – cerca de 90% da população.

Na avaliação do coach e educador físico Cristiano Parente, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso realizado nos Estados Unidos, trata-se de um filão rentável, mas que exige preparo diferenciado do profissional.

“É preciso transformar e preparar o profissional de educação física para trabalhar com esse grande mercado existente no setor. Claro, esse profissional precisa entender de movimentos e técnicas de transmissão do conhecimento envolvidos em cada tipo de exercício físico. Mas, também precisa entender de pessoas, de psicologia e de comportamento humano para transformar justamente quem não gosta ou não pratica atividade física em pessoas definitivamente ativas”, explica.

Cristiano Parente destaca ainda que são justamente pessoas com esse perfil que pagarão mais pelo serviço do educador físico. “Diferentemente de quem gosta e pratica regularmente atividade física e, por essa razão, já possui certa autonomia e independência, elas têm mais necessidade e dificuldade para ingressar e se manter regularmente nos exercícios e, por isso, são mais dependentes de um profissional de educação física”, afirma o coach.

Nicho também para veteranos

A exploração desse enorme mercado também pode ampliar a permanência do profissional de educação física em seu ramo de atuação. Hoje, cerca de 60% dos educadores físicos com mais de 45 anos de idade já não trabalham mais nesse segmento.

“Esse alto índice de saída da profissão está diretamente relacionado ao tipo de serviço prestado. Com o avançar da idade, o educador físico vê diminuída aquela energia demandada pelo estilo de seu trabalho e que, durante anos, esteve baseado na forma física que ele conseguia alcançar enquanto jovem, o que servia inclusive de marketing pessoal. Porém, depois dos 40 anos, fica muito mais difícil de alcançar essa forma e competir com os jovens profissionais”, afirma Parente.

O coach esclarece: “isso só deixa de acontecer no momento em que ele passa a compreender e investir no entendimento do comportamento humano, focando sua atuação não apenas na execução do movimento de seus alunos, mas também na psicologia, assumindo a corresponsabilidade na transformação da vida de seus clientes e vendendo o conteúdo capaz de gerar todas essas mudanças de entendimento e de comportamento para seus clientes/alunos”.

“Profissionais mais atentos a essa questão, que entendam essas pessoas de maneira mais eficiente, como potenciais clientes e como agentes transformadores certamente obterão sucesso e carreira longa”, conclui Cristiano Parente.

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