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A importância da respiração durante a corrida

A importância da respiração durante a corrida

Decidiu incluir a corrida no dia a dia? Ótima escolha. Essa é uma atividade que, feita de forma correta, garante qualidade de vida. Os dados comprovam a melhora da pressão arterial e da circulação do sangue, a diminuição do colesterol ruim e das triglicérides. Essa prática, com o passar do tempo, promove a hipertrofia excêntrica, que é o aumento do coração, de artérias e hemácias – glóbulos vermelhos. Tudo isso resulta em mais sangue e nutrientes e melhor desempenho.

E, por falar em desempenho, este está diretamente relacionado à respiração realizada ao longo do trajeto (independentemente da distância).O segredo está em estabelecer um ritmo cardíaco para alcançar longas distâncias e melhores resultados. Veja algumas dicas que preparamos para você sobre a respiração ao longo da corrida.

– Não existe respirar “correto”, porque não há uma regra. Isso varia de cada um. O ato de respirar é involuntário. Por isso, é preciso encontrar o seu ritmo, que deve ser o mais natural possível.

– Comece com uma caminhada e acelere os passos, gradativamente. Em seguida, passe para o trote e, só depois, a corrida propriamente dita. Sempre sincronize a respiração com a velocidade dos passos. Esses dois aspectos precisam estar em sintonia.

– Outra opção é alternar caminhar e correr. Ao reduzir o ritmo, é possível recuperar o fôlego para acelerar novamente.

– Experimente associar três passadas e uma inspirada (puxar o oxigênio); três passadas e uma expirada (eliminar o gás carbônico). À medida que aumentar a velocidade, diminua os intervalos (duas passadas e uma inspirada/duas passadas e uma expirada, uma passada e uma inspirada/uma passada e uma expirada). Com o tempo, você fará isso sem contar e sem perceber.

– Pela boca ou pelo nariz? Não há regra. Entenda que o corpo necessita de energia para realizar qualquer atividade. Correr exige uma maior captação do ar e, nem sempre, o nariz dá conta sozinho do serviço. Quando a intensidade do exercício aumenta, a boca entra em cena para dar apoio. Encontre a forma que seja mais agradável. Se achar interessante, alterne inspirações e expirações pelo nariz e pela boca. Quem dirá a melhor maneira é o seu corpo, por meio do seu desempenho.

– Se perceber uma sensação ofegante e/ou sufocamento, reduza a velocidade. Essa reação é a forma de o organismo dizer que se exigiu muito dele. Acelere só quando se sentir melhor.

– Use roupas e calçados adequados para a atividade. Isso auxilia na respiração.

– Opte por uma alimentação diária saudável. Sabia que há alimentos aliados das vias respiratórias? Entre eles: linhaça, gengibre, alho e frutas cítricas (tangerina, laranja, acerola e outros).

– Evite o álcool e o tabaco. Essas substâncias não ajudam nem um pouco com sua posição de atleta. Vale ressaltar, inclusive, que a nicotina pode ocasionar doenças respiratórias, que podem impedi-lo de correr.

– Antes de iniciar a atividade visite seu otorrinolaringologista para ele avaliar suas condições de saúde e verificar se há algum problema respiratório.

– Crie uma rotina. Não adianta se esforçar ao extremo, hoje, e só repetir uma semana depois. Encontrar o ritmo respiratório é uma tarefa que requer a adaptação do organismo à prática física. Se você tornar isso um hábito, aos poucos, o corpo vai se acostumar, e a combinação respiração x movimento estará em sintonia.

– A musculação pode ser uma boa alternativa para fortalecer músculos, como o diafragma e o abdômen, que auxiliam o movimento respiratório.

– Não desista. O progresso é gradativo e não de uma hora para outra. Ninguém encara uma maratona da noite para o dia. Respire fundo, dê os primeiros passos, que você vai longe!

Diego Silva Wanderley é especialista em otorrinolaringologia, pela Associação Médica Brasileira e Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; integra o corpo médico da Clínica de Otorrinolaringologia Otonorte, no Distrito Federal

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