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180 milhões de obesos no mundo sofrem de depressão

180 milhões de obesos no mundo sofrem de depressão

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está realizando uma campanha com o lema “Let’s talk” (“Vamos conversar”, em português), que visa chamar a atenção da sociedade para o aumento no número de casos de depressão, transtorno que pode acometer pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida.

A depressão é uma doença comum em todo o mundo, com uma estimativa de 350 milhões de pessoas afetadas. A condição é diferente das alterações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Em alguns casos, especialmente quando de longa duração, a depressão pode se tornar uma séria condição de saúde.

De acordo com o psiquiatra do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Adriano Segal, quadros depressivos podem se manifestar com sintomas de baixa autoestima, apatia, falta de energia e dores físicas sem causas definidas, gerando perigosos efeitos no psiquismo e no organismo. A depressão também pode estar relacionada a outras doenças, dentre elas, duas altamente prevalentes na população mundial: diabetes tipo 2 e obesidade.

Até 30% dos diabéticos apresentam quadros depressivos e, segundo a OMS, 30% dos 600 milhões de obesos que buscam tratamentos para emagrecer têm depressão ao longo da vida.

“Pacientes com obesidade e diabetes tipo 2 têm o dobro de chances de apresentar depressão. O aumento da prevalência dessas duas doenças é uma realidade mundial e pessoas com distúrbios psiquiátricos têm mais chances desenvolve-las. Isso sugere que essas três doenças, possam ter mecanismos fisiopatológicos em comum. De qualquer modo, são patologias com uma elevada relação”, explica.

Segundo Segal, a presença de quadros depressivos não adequadamente tratados podem colocar em risco o tratamento do diabetes e da obesidade, assim como o de qualquer outra doença associada. O paciente pode perder a motivação em manter a rotina de remédios, atividade física e alimentação saudável, fatores extremamente importantes para manter o nível adequado de açúcar no sangue.

O diagnóstico do quadro depressivo é fundamental para ao paciente ter um tratamento adequado, possibilitando a melhora da sua qualidade de vida. A pessoa com quadro depressivo acaba tendo aumento dos níveis de estresse e consequentemente do estado inflamatório do organismo, podendo levar ao ganho de peso, e consequentemente, provocar resistência à insulina, hormônio essencial para o controle das taxas de glicose no sangue. O aumento da resistência insulínica ocorre quando o pâncreas passa a produzir mais insulina. Por conta desse ciclo, o órgão não consegue produzir mais o hormônio, elevando os níveis de açúcar no sangue e provocando diabetes tipo 2.

Também existem os quadros depressivos que podem causar aumento de apetite e de peso, que são os eventos de depressões atípicas. Nesses casos, é preciso atenção, principalmente se o paciente tem predisposição genética para o diabetes. Além disso, obesos deprimidos têm maior chance de desenvolver a doença. O diagnóstico precoce da depressão e do diabetes e o acompanhamento multiprofissional é fundamental para o tratamento das doenças físicas e emocionais.

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