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Dúvidas sobre reposição hormonal e longevidade

Dúvidas sobre reposição hormonal e longevidade

Com o aumento da expectativa de vida ocorrido nos últimos anos, boa parte das pessoas está se preocupando também com a qualidade e não apenas com a quantidade de vida. Para muitos, viver mais e sem qualidade e sem independência física e mental não resolve.

Vivemos, então, num paradoxo, onde se vive mais, mas também mais doente, pois as inúmeras doenças crônicas adquiridas ao longo da vida podem ser tratadas por meio de fármacos, porém, sabemos também que esses mesmos fármacos nos trazem outros inúmeros efeitos colaterais.

É nesse cenário que se amplificou a reposição hormonal ou “modulação hormonal” como vem sendo chamada comercialmente. Sobre ela, ainda não há consenso a respeito de seus efeitos em longo prazo.

Sabe-se que em indivíduos cuja avaliação médica apresenta carência de certos hormônios e que resulte em distúrbios para a saúde, a reposição hormonal se faz necessária. Contudo, tal reposição deve ser acompanhada pelo médico endocrinologista, responsável por dosar a quantidade e tempo de tratamento, equilibrando os níveis fisiológicos de hormônios do paciente.

Em relação ao uso de hormônios para fins puramente estéticos, onde não há carência hormonal, os riscos são iminentes em longo prazo e em alguns casos até de forma aguda, principalmente se os hormônios forem de origem duvidosa. Sobre isso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia alerta para a crescente utilização inadequada de hormônios e os riscos adversos que o tratamento estético pode ocasionar na população.

A dica: quer manter uma vida saudável e com hormônios endógenos adequados? Faça exercícios físicos regularmente, tenha uma alimentação saudável, tome sol nos horários corretos, se hidrate adequadamente, evite o tabagismo, o excesso de bebidas alcoólicas e o estresse, e mantenha boas noites de sono. E caso haja alteração hormonal em decorrência do processo de envelhecimento e/ou alguma doença, não arrisque. Busque um endocrinologista. Ele saberá identificar e indicar o melhor procedimento para a reposição hormonal e não “modulação hormonal”, sempre de acordo com o que rege a ciência e as respectivas sociedades médicas.

*Adilson Reis Filho é graduado em Educação Física; pós-graduado em Fisiologia do Exercício, em Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais, e em Envelhecimento e Saúde; e mestre em Biociências. Instagram @reisfilho

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