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Utilização de bicicleta traz melhoria para saúde pública nacional

Utilização de bicicleta traz melhoria para saúde pública nacional

O estudo Economia da Bicicleta no Brasil, feito pela Aliança Bike em parceria com o LABMOB da UFRJ, mostra que políticas públicas em favor da bicicleta como meio de transporte traz cenário estimulante na saúde pública do país. Os números são impressionantes:
• A expectativa de vida do paulistano é reduzida em 3,5 anos por causa da poluição do ar.
• 050 pessoas morreram em 29 cidades de regiões metropolitanas vítimas da exposição a materiais particulados e isso gerou um gasto de US$ 1,7 bilhão no orçamento do Ministério da Saúde.
• 98% dos casos estudados, caminhar e pedalar gera benefícios à saúde que só seriam superadas pelos malefícios da exposição à poluição após 16 horas e 7 horas, respectivamente.
• Inalar o ar de São Paulo durante duas horas por dia pelo período de 30 anos pode ter impacto equivalente ao de um fumante leve.

Estes e outros dados fazem parte de Saúde, uma das temáticas, distribuídas em cinco dimensões, do estudo Economia da Bicicleta no Brasil. O levantamento, inédito no Brasil, apresenta vários estudos sobre os benefícios que o uso diário da bicicleta traz à população e o impacto que as doenças causadas pela inalação de partículas têm nos cofres públicos.

De acordo com uma pesquisa feita no ano de 2015, enquanto prática de exercício físico, o uso da bicicleta reduz o risco de obesidade, melhora o condicionamento e a taxa de circulação sanguínea, tratando de problemas ligados à ansiedade e até mesmo possibilitando um maior desenvolvimento de neurônios que trabalham em aprendizado. Além disso, o ato impacta na redução dos riscos de doenças crônicas, como derrame, diabetes tipo dois e também alguns tipos de câncer.

Aumento da autoestima, melhora do humor, da qualidade do sono, redução do estresse, da depressão e do Alzheimer também são benefícios ligados ao uso constante da bicicleta.

O estudo A Economia da Bicicleta no Brasil também mostra que a participação de transportes motorizados na emissão de poluentes atmosféricos corresponde à 90%, englobando veículos leves, leves comerciais e veículos pesados que circulam pela cidade de São Paulo. O custo desses efeitos equivale a 7,5% do PIB paulistano.

O ato de pedalar deve ser incentivado, justamente, como estímulo à redução da poluição atmosférica causada por veículos motorizados, além de trazer benefícios reais a saúde das pessoas.

Em 1979, na Primeira Conferência Mundial do Clima, que aconteceu em Genebra, o Brasil se prontificou a investigar seus impactos climáticos. Em 2016, na última conferência, foi adotado um acordo entre 195 países, com o objetivo de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O Brasil comprometeu-se a diminuir até 43% até 2030.

SOBRE O ESTUDO A ECONOMIA DA BICICLETA NO BRASIL
O levantamento, que levou pouco mais de um ano para ser concluído, mostra qual a participação da bicicleta na economia nacional e responde a perguntas como: quantos empregos o setor gera, quantas bicicletas, partes e peças são produzidas e importadas? Quantas lojas de bicicletarias existem no Brasil e qual o impacto do uso desse meio de transporte ativo no orçamento familiar? Quanto é investido em estrutura cicloviária, no país, ao longo de um ano?

“Nossa ideia com o estudo é, além de trazer um retrato preciso do setor, ajudar gestores públicos na tomada de decisões relacionadas ao uso da bicicleta, oferecer informações mais precisas à imprensa para divulgar e incentivar o uso desse meio de transporte, assim como pesquisadores da academia ganham suporte extra para estudar e aprofundar a interdisciplinaridade da bicicleta”, explica Daniel Guth, coordenador de projetos da Aliança Bike e organizador deste estudo.

O estudo se baseia em dados primários e secundários, estes produzidos por órgãos do governo federal e institutos como o IBGE, MDIC, além de apresentar vários estudos de casos. A estrutura do estudo está dividida em cinco dimensões: Cadeia Produtiva, Políticas Públicas, Transportes, Atividades Afins e Benefícios. Conta com 22 temáticas distribuídas nesses grupos, que mostram números inéditos sobre geração de empregos, exportações, ciclologística, cicloturismo, investimentos em produção científica, cicloativismo, entre outros.

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